Com o intuito de reforçar a aposta numa das mais bem sucedidas castas portuguesas – Touriga Nacional – esta vinha é plantada em 2002.

Parcela de pequena dimensão, orientada a sul mas com pouca pendente, tem na diversidade e variação de solos as suas características mais interessantes. Varia de uma zona mais pobre em matéria orgânica até uma zona rica, bem visível na flora existente no solo e na sua cor mais escura. A Touriga Nacional em transição para modo biológico é o exemplo da diversidade de personalidades que podemos encontrar em blocos tão pequenos de vinha, e que temos como objetivo zonar e separar todos os anos, consoante o perfil de cada vinho.

Trata-se de uma parcela de Touriga Nacional em modo de conversão biológica, plantada no ano 2000. A ligação profunda à ribeira que a delimita, e a proximidade de montado vizinho, tornam esta parcela menos quente e com um perfil totalmente distinto. Em toda a extensão de solo, mais rico junto à ribeira e mais pobre no topo, esta vinha privilegia, respectivamente, junto à ribeira uma touriga mais fresca e menos estruturada, e no topo uma touriga de perfil mais maduro e de carácter floral mais vincado.

Vinha da Ribeira B1: Esta vinha é plantada tendo em conta o típico encepamento da região, Trincadeira, Alicante Bouschet e Touriga Nacional, com adição da Touriga Franca, casta pouco habitual no Alentejo. Toda esta vinha tem a ribeira que a delimita, bem como a proteção que a mediana vertente lhe oferece, a oeste. A vertente não acentuada permite solos menos lixiviados, e por conseguinte, mais ricos, cuja a heterogeneidade é identificada e zonada em todas as vindimas para cada perfil de vinho. A vinha cresce com vigor moderado, sendo a frescura e a acidez os pilares característicos das uvas que todos os anos nos oferece. Numa região quente como esta, a exposição a norte é, em muitos anos, uma dádiva.

Vinha da ribeira B3: A parcela de Alicante Bouschet da Ribeira caracteriza-se pelos seus solos pobres e uma exposição a oeste/sudoeste. Enaltece a personalidade concentrada e a riqueza de fruta. A casta estrangeira mais portuguesa que se conhece, beneficia com esta relação entre exposição solar, inclinação e solos.

A parcela de Touriga Franca da Ribeira oposta à Touriga Nacional do mesmo bloco, apresenta-se mais virada a sul, com uma inclinação mais pronunciada e sem a proteção da vegetação que circunda a ribeira. Nesta zona do bloco, os solos são menos férteis e mais compactos. Concentração e elegância são a impressão digital da casta nesta zona.

Antigo terreno, onde se encontrava um pomar de romãzeiras, que deu origem à vinha mais emblemática e icónica da Ravasqueira. Em 1999 é arrancado o pomar e plantadas, em 2002, as castas Syrah e Touriga Franca. Numa encosta de declive médio e ondulado, esta vinha cresceu e desenvolveu-se sobre as antigas raízes das romãzeiras, provocando anualmente condições únicas de maturação destas duas castas e confinando o seu resultado, de perfil e riqueza do vinho que origina, única e exclusivamente a esta área. Um dos lugares mais especiais em mais de 3000 hectares de Ravasqueira.

Plantada em 2002, a Serra Brava teve na sua génese a ambição de ser uma digna representante de uma das maiores castas alentejanas, o Alicante Bouschet. Embora se note a variedade de solos que apresenta, devido à proximidade entre parte da vinha e um braço da ribeira, é a pobreza dos solos que mais a caracteriza. O porta-enxerto mais vigoroso é bem representativo dessa mesma observação na altura da preparação do solo. A reflexão dos minerais libertados pela erosão da rocha-mãe granítica é bem patente, assim como a envolvência da vinha virada a Este e a orografia circundante que lhe dá proteção nos anos mais secos e quentes. A frescura transmitida é evidente e a longevidade dos vinhos a que dá origem, uma certeza.

A Vinha da Adega é plantada em 2000 e surge com o intuito muito claro de poder produzir uvas com características que nenhuma outra casta plantada na Ravasqueira poderia dar, especialmente em termos de acidez e um equilíbrio alcoólico perfeito, numa região quente. A casta Alfrocheiro preenche a totalidade desta grande parcela que se encontra exposta a sudoeste, apresentando solos ricos que apesar de profundos, com alguma compactação a partir de 1m de profundidade, conseguem criar um constrangimento natural de vigor à planta. A acidez natural e o perfil aromático mais neutro, juntamente com a especificidade da parcela, tornam estas uvas perfeitas para o singular espumante da Ravasqueira, produzido em pequenas quantidades a partir de uma escolha em todas as vindimas cacho a cacho.

A escolha das castas para esta vinha, plantadas em 2002, não foi consensual. Na altura, optou-se por plantar Aragonez e a casta branca Chardonnay, com esta última a ser, mais tarde, enxertada nas castas Alvarinho e Viognier. A Vinha dos Colos, onde Alvarinho e Viognier formam uma vez mais, uma dupla bem sucedida, é uma vinha de características inversas às da Vinha do Monte. Podemos dizer que são o espelho uma da outra, mas não o reflexo. Virada a sudeste, beneficia de correntes mais frias junto à ribeira, assim como da sombra conseguida no final da tarde. A mineralidade e frescura são os atributos principais deste micro terroir da Ravasqueira, porventura provenientes destes solos eminentemente graníticos.

Em 2002, a paixão pelos vinhos brancos franceses falou mais alto e introduziram-se na Ravasqueira as castas francesas Semillon e Marsanne, juntamente com a portuguesa Arinto. Podemos dizer que a Vinha do Penedo Gordo é a antítese do que se espera encontrar numa herdade com mais de 3000 hectares: um pequeníssimo bloco com pouco mais de um hectare e com três castas plantadas, Arinto, Semillon e Marsanne. O solo é rico e fértil, mas é a proximidade da ribeira e a localização numa zona baixa e rodeada de montes que guardam a acidez e frescura destas uvas. O nome Penedo Gordo é inspirado na enorme rocha de granito que se retirou durante a preparação da plantação, que é um exemplo claro da relação entre terroir e a expressão deste nos nossos vinhos.

A Vinha do Taco surge em 2002 e segue o encepamento mais tradicional do Alentejo da altura, Trincadeira Aragonez e Cabernet Sauvignon. Esta última viria a ser substituída pela Syrah, em 2010. Num clima quente como o Alentejo, a casta Syrah tem um desenvolvimento quase ideal, beneficiando na Ravasqueira de uma grande envolvência florestal que lhe confere características de desenvolvimento muito diferentes das restantes. De linhas orientadas no sentido norte-sul com exposição maioritariamente a Este, a exposição matinal é equilibrada pela sombra que se conquista ao entardecer. Os solos desta vinha são pobres e exigentes. Aqui, a casta Syrah tem normalmente um perfil aromático mais maduro e intenso, mas também frescura fruto das condições que rodeiam este bloco.

Em 2005, é plantada a vinha situada mais a Sul da Ravasqueira. Entre as castas escolhidas, Aragonez, Trincadeira e Touriga Nacional, surgem as desconhecidas Sangiovese e Nero d’Avola. A paixão pelos vinhos italianos está na génese da plantação destas castas, plantadas maioritariamente, em solos extremamente pobres, de boa drenagem e muito ricos em afloramentos graníticos. Com uma pendente diferencial de quase 20 metros entre o topo e a base do bloco, existe um enorme potencial para encontrar diferentes terroirs ano após ano.